Marcadores Moleculares: Definição e Aplicação

Marcadores moleculares são pequenas sequências de DNA que revelam variações genéticas entre indivíduos. Essas variações podem estar ligadas a características de interesse, como produção de leite, resistência a doenças e rendimento de carcaça. Eles funcionam como “etiquetas” que ajudam a identificar genes associados a traços desejáveis. No melhoramento genético, utilizam-se os marcadores na seleção assistida por marcadores (MAS). Dessa forma, essa técnica permite selecionar os animais com base no perfil genético, mesmo antes que as características se manifestem no fenótipo. Isso aumenta a eficiência da seleção e acelera o progresso genético dos rebanhos.

Tipos Comuns e Usos Práticos

Entre os principais marcadores moleculares, os SNPs (polimorfismos de nucleotídeo único) são os mais utilizados. Eles se distribuem em grande quantidade pelo genoma e são facilmente analisados por ferramentas automatizadas. Entretanto, outros tipos, como microssatélites e RFLPs, também podem ser empregados, mas com menor frequência em programas modernos. Esses marcadores aplicam-se em diferentes espécies zootécnicas. Em bovinos, por exemplo, ajudam na seleção para maior qualidade do leite e carne. Já em aves e suínos, utilizam-se para melhorar a conversão alimentar, resistência a doenças e outras características de interesse.

Desafios e a Essência do Melhoramento Genético Animal

O melhoramento genético é fundamental para a evolução da pecuária. Contudo, deve-se conduzi-lo com cautela para evitar a endogamia, que ocorre ao cruzar animais geneticamente muito próximos, ou outra seleção indesejável. A endogamia pode levar à redução da variabilidade genética, comprometendo a adaptação da população a condições adversas, e aumentando a frequência de doenças genéticas. Isso porque genes não desejados podem ser selecionados, causando perda econômica e baixa variabilidade genética. A depressão endogâmica também se observa, com redução na fertilidade, viabilidade de embriões e taxa de crescimento animal.

Para evitar esses problemas, programas de melhoramento genético devem priorizar a diversidade genética. Além disso, precisam monitorar o coeficiente de endogamia. Portanto, adotam-se estratégias como cruzamentos dirigidos e a incorporação de linhagens externas, ou até mesmo importação de animais, para aumentar a variabilidade dos genes.

Conclusão:

o melhoramento genético na zootecnia é uma ferramenta essencial. Ele otimiza a produção animal, garantindo maior eficiência e sustentabilidade ao setor agropecuário. No entanto, deve-se conduzi-lo de forma responsável pelo zootecnista, considerando os desafios da endogamia e as necessidades de cada sistema produtivo. Assim, quando bem aplicado, o melhoramento pode transformar a produtividade e garantir avanços significativos na pecuária moderna.

Escrito por: Fernanda Ribeiro Dias Tiburcio (UFRRJ)
Email: fernandardt@ufrrj.br

Referências:
EMBRAPA

Publicado: 12/07/2025

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Saiu nosso primeiro vídeo sobre curiosidades! 😉 Doenças genéticas em bovinos. Você ja ouviu falar sobre alguma das três? 🧬🐄 #agro zootecniabrasil #ufrrj #agronegocio #agropecuaria #agroetop#zoo #zootecnista #zootecnia #universidadefederal #foryou#fy

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