O agronegócio é uma das principais forças econômicas do Brasil, mas também é alvo de muitos mitos e equívocos que circulam tanto nas redes sociais quanto em debates públicos. Essas ideias erradas acabam atrapalhando o entendimento sobre o setor e distorcendo a percepção sobre quem trabalha no campo. A seguir, desmistificamos cinco dos principais mitos sobre o agro que você precisa parar de acreditar.
1. Frangos não recebem hormônios
Um dos maiores mitos do agro é que frangos de corte recebem hormônios para crescer. Na realidade, a prática é proibida por lei no Brasil e não há vantagens técnicas nem econômicas em usar hormônios na avicultura. (Instrução Normativa nº 17, de 17 de junho de 2004, do MAPA).
O crescimento rápido dos frangos se deve à melhoria genética, nutrição balanceada e manejo adequado. Hoje, em cerca de 40 dias, a ave atinge peso ideal para o abate — resultado de décadas de avanço científico, não de hormônios.
Instituições como o MAPA, a EMBRAPA e a ABPA confirmam que não há uso de hormônios na criação de frangos no país, desmentindo esse mito com dados técnicos.
2. “Agro é sinônimo de desmatamento”
É inegável que há casos de desmatamento ilegal ligados à produção agrícola, especialmente em regiões como a Amazônia. No entanto, isso não representa todo o setor. Muitos produtores seguem rigorosamente o Código Florestal, mantêm áreas de reserva legal e utilizam práticas de agricultura sustentável. Inclusive, o Brasil é um dos países com maior área preservada dentro de propriedades rurais, graças à legislação ambiental vigente.
3. “Agrotóxico é veneno e tudo no agro é contaminado”
O uso de defensivos agrícolas segue normas técnicas e fiscalizações rigorosas pela Anvisa e pelo Ministério da Agricultura. Quando utilizados corretamente, esses produtos garantem a sanidade das lavouras e a segurança alimentar. Além disso, cresce o uso de bioinsumos, como defensivos naturais, o que demonstra um avanço em direção a uma produção mais limpa.
4. “O agro é inimigo da ciência”
Na verdade, o agronegócio é um dos setores que mais dependem e investem em ciência e tecnologia. Da engenharia genética de sementes aos sensores de precisão no campo, passando pela zootecnia de precisão, o setor está em constante inovação. Órgãos como a EMBRAPA desenvolvem pesquisas de ponta há décadas, levando tecnologia até mesmo a pequenos produtores.
5. “Agronegócio é só soja e boi”
Apesar da forte presença da soja e da pecuária de corte, o agro brasileiro é extremamente diverso. Inclui produção de frutas, hortaliças, café, leite, mel, pescado, e muito mais. Além disso, o setor envolve logística, pesquisa, indústria de máquinas e alimentos, e serviços financeiros. Ou seja: agro vai muito além da porteira da fazenda.
Conclusão
Desmistificar o agronegócio é essencial para reconhecer seu verdadeiro papel no Brasil. É preciso separar as críticas legítimas dos estigmas generalizados. Com informação de qualidade e diálogo entre campo e cidade, podemos construir um futuro mais produtivo e sustentável para todos.
Referências:
IBGE – Censo Agropecuário 2017
EMBRAPA
Escrito por: Paulo Vitor Muguet de Oliveira (UFRRJ)
Email: vitor.muguet@hotmail.com
Publicado: 17/07/2025