A anatomia animal é uma base mais importantes da zootecnia, pois permite ao profissional compreender e avaliar a estrutura física dos animais de produção. Muito além de uma disciplina acadêmica, a anatomia tem aplicação prática direta em aspectos como melhoramento genético, produtividade e manejo racional.
Anatomia como base para avaliação zootécnica
Conhecer a estrutura anatômica dos animais é essencial para definir parâmetros morfológicos comparativos entre raças e indivíduos. Em bovinos, por exemplo, a análise das proporções corporais ajuda a identificar animais com bom potencial para produção de leite ou carne, chamadas “aptidões”. Esses dados são úteis para a seleção zootécnica, permitindo decisões mais precisas e técnicas sobre reprodução e descarte.
Padrão racial e pontos anatômicos de interesse
Cada espécie possui características anatômicas específicas que definem seus padrões raciais. Em ovinos e caprinos, por exemplo, o formato da garupa, a posição da cauda e o comprimento dos membros são utilizados para julgar conformação e padrão racial em exposições e provas zootécnicas, além de competições de desempenho.
Além disso, pontos anatômicos como a linha dorso-lombar, angulação de membros e inserção de pescoço são constantemente avaliados por técnicos e produtores, que estão ligados diretamente a anatômica muscular e óssea. Esses aspectos impactam diretamente a locomoção, eficiência alimentar e saúde geral do animal.
A análise EPMURAS na prática zootécnica
Um dos métodos mais aplicados atualmente para avaliação morfofuncional é a análise EPMURAS, sigla para: Estrutura, Precocidade, Musculosidade, Umbigo, Racial, Aprumos e Sexualidade. Baseado em observação anatômica detalhada, esse sistema padroniza a seleção de animais de corte, permitindo uma escolha mais objetiva e técnica.
A anatomia entra aqui como ferramenta visual e funcional, permitindo interpretar se o animal apresenta características ideais para o sistema de produção em que está inserido.
Curiosidade anatômica com importância produtiva:
Sabia que o número de vértebras torácicas pode variar entre raças de suínos, impactando o comprimento da carcaça? Raças como a Landrace e a Large White, por exemplo, apresentam maior número de vértebras lombares e torácicas do que raças nativas ou menos selecionadas.
Essas curiosidades anatômicas mostram como o conhecimento detalhado da forma está diretamente ligado à eficiência produtiva e ao bem-estar animal.
Conclusão:
A anatomia animal, quando aplicada à zootecnia, deixa de ser apenas um conhecimento técnico e passa a ser uma ferramenta estratégica para melhorar a produção, o bem-estar e a seleção dos animais. Entender as estruturas corporais permite ao zootecnista tomar decisões mais seguras e eficientes. Com isso, a ciência anatômica se consolida como aliada indispensável da produção animal moderna.
Referências: FEUZ, A. L. S. et al. Anatomia Animal Aplicada à Zootecnia. Revista de Educação, Ciência e Tecnologia do IFTO, v. 2, n. 1, 2015.
Escrito por: Paulo Vitor Muguet de Oliveira (UFRRJ)
Email: vitor.muguet@hotmail.com
Publicado: 15/07/2025